domingo, 30 de novembro de 2008

Sporting 2 Guimarães 0

Lá ganhamos mas ainda não estou convencido.
Falta o "killer instinct" na equipa: o PB disse na "flash interview" que a seguir aos 2-0 a equipa soube gerir melhor o jogo e o problema é mesmo esse, gerir e não ir à procura de mais, mas com gana; chega a ser saturante a falta de rendimento de Romangnoli, desperdiçando-se João Moutinho do seu lugar favorito.
Enfim do mal o menos, ganhou-se, mas a sensação de provincianimso patente nos jogos com o Barça manteve-se. Quanto a novidades, se é que é novidade, talvez com Pereirinha tenhamos encontrado um defesa direito para a equipa.
Saudações leoninas,

sábado, 29 de novembro de 2008

Blueswoman

Bonnie Raitt uma senhora que merece a devida vénia, os blues não morrem com intérpretes destes. Há coisas boas na vida e uma delas é a música americana.
A propósito do concerto de homenagem a S. R. Vaughan, é interessante ver esta guitarrista entre "Mr. Slow Hand", B. B. King, Buddy Guy, Robert Cray, Dr. John (piano) e Jimmy Vaughan.





Body of Lies, outra vez o Médio Oriente



Nem de propósito, coincide este filme, a saga da presença dos EUA no Médio Oriente, com os sangrentos acontecimentos de Bombaim. Um duelo entre Mr. Hoffman (Crowe) e Ferris (DiCaprio), apesar de tudo necessariamente duas visões diferentes: o primeiro com a arrogância característica de quem está em Langley, naturalmente distante da frente de combate mas arrogante pelo facto de dispôr de informação, revelando uma total incompreensão pela hostilidade no terreno, pretendendo impôr uma visão do mundo, a partir dos interesses americanos, naturalmente ímpios face ao radicalismo islâmico que assume o combate, em qualquer lugar do mundo, transpondo o sentimento de insegurança para espaços muito distantes da frente de combate (o Iraque), seja em Amã ou Amesterdão; o segundo, ainda que operacional experiente, tem, também por causa disso, uma visão diferente da forma como se abordam as questões, que mesmo em matéria estritamente operacional, que define de forma ténue a diferença entre a vida e a morte, relecte uma compreensão romântica do problema e di-lo de forma clara, já perto do fim, quando confrontado com a insinuação de estar contra a América responde a Hoffman para ter cuidado com a sua generalização sobre o país, devendo medir o alcance de uma apropriação tão abusiva.


Lembra este duelo, em termos clássicos, a divergência sempre presente entre os analistas de informação, as suas projecções e construções de realidades, sejam as fontes mais ou menos credíveis para podermos delinear uma fita do tempo e encadear os acontecimentos, e os operacionais e investigadores que do terreno trazem pormenores nem sempre ao alcance de quem, à distância, não percebe alguns dos contornos da realidade, por mais tecnologia que se domine.


É extremamente curioso ver como dois mundos ligados a desenvolvimentos tecnológicos diferentes conseguem atingir os seus objectivos, de um lado os radicais islâmicos apegados a uma tecnologia por vezes incipiente (ainda que com acesso à internet e na posse de telemóveis) com uma inesgotável capacidade de diluição entre as suas comunidades, confundindo tudo e todos; e do outro, em contraposição, um mundo na posse de tecnologia do século XXI, mas incapaz, ainda que pontualmente, de travar a actuação destruidora de uma máquina de guerra que utiliza essencialmente o ser humano (com uma inacreditável lavagem cerebral) como a principal arma de guerra: o martírio é espiritualmente recompensado e a passagem pela Terra é apenas um meio para atingir esse fim.

Sobre Hoffman é importante dizer que está no Médio Oriente, o problema é que não aprende a lá estar e talvez fosse útil começar por aí.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Terror em Bombaim



Mais uma prova da filosofia nihilista das redes de terrorismo islâmico, é pura e simplesmente o terror pelo terror, repete-se a receita: o objectivo eram as audiências (a televisão ajuda sempre) e a oportunidade de aterrorizar o mundo (muito para além da mortandade do momento), tendo como meros instrumentos as vítimas da ocasião, embora não seja de descartar a oportunidade de se atingirem as nacionalidades que mais caracterizam os infiéis, numa demonstração de poder que nem a morte consegue deter.


É curioso verificar que, ao contrário do que acontecia há décadas atrás, os objectivos deixaram de ser as embaixadas transferindo-se os alvos para os hotéis de luxo, símbolo do odiado capitalismo ocidental; há claramente ligação, quanto à concepção, entre o anterior atentado no Marriot Hotel no Paquistão e os atentados de Bombaim, locais essencialmente frequentados por ocidentais.


Os mais de 100 milhões de muçulmanos na Índia possibilitam, não só face à proximidade com o Paquistão, a disseminação de redes extremistas dificilmente controláveis, mas também devido aos apoios que a Arábia Saudita dá à comunidade muçulmana, subsidiando madrassas que assentam os seus estudos em radicalismos e na violência contra os que diferem do islamismo.


Por aqui passará parte do problema tendo em conta a recente cooperação entre os EUA e a Índia, visível entre outras coisas na cooperação entre os serviços de intelligence na luta conta a Al-Qaeda no Afeganistão, algo que não é propriamente do agrado dos grupos extremistas.


A este propósito o prémio Nobel da Literatura, o indiano V. S. Naipaul, em entrevista publicada recentemente pelo "Público", falava da harmonia entre as diferentes religiões no seu país como característica civilizacional a preservar, mas mostrando receio pela atitude da Arábia Saudita, classificando-a como "país mau", pela forma como financia movimentos muito próximos do radicalismo islâmico naquele país, brutalmente influenciados pelo "wahhabismo", passível de por em causa o ecumenismo no país.


Apenas mais uma pequena nota, para além da questão do hotéis de luxo como alvos privilegiados, a debilidade no controlo nas fronteiras marítimas, precisamente por onde entraram os terroristas, deve merecer a atenção dos países face às inúmeras oportunidades que oferecem a este tipo de organizações, e se hoje em dia temos um sistema bastante bem conseguido ao nível das fronteiras aéreas, situação que se estende com medidas compensatórias às fronteiras terrestres, o controlo e fiscalização das fronteiras marítimas deverá merecer um profunda reflexão da nossa parte.

Por coincidência vi ontem o filme "Body of lies" em que se retratam problemas muito próximos da infeliz realidade com que somos confrontados a partir do subcontinente indiano, amanhã abordarei o tema mas numa perspectiva que diferencia a actuação do pessoal do "back office" (analistas) e os operacionais.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A propósito de Fernando Pessoa e um seminário que teve lugar hoje liderado por Eduardo Lourenço à volta das suas publicações



Poema em Linha Recta


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.

Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo

[...]

Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas
ridículas,

Eu verifico que não tenho par nisto tudo deste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo

Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,

Nunca foi senão príncipe - todos eles princípes - na

vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana

[...]

Poderão as mulheres não os terem amado,

Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!

E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,

[...]
Só para reflectir, isto agora digo eu.
(imagem www.somosportgueses.com)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Sugestão para o Natal (ou para quando um homen quiser)


Com novo disco Seal, que se apresenta muito "Soul", título do album, revisita velhos sons e faz um disco cool; belo agrado para a quadra que se avizinha e CD's e livros são prendas sempre recomendáveis. As faixas escolhidas são excelentes, desde "A change is gonna come" de Sam Cooke que com "Here I am (Come and take me)" e "Stand by me", uma das mais belas canções de amor da música popular que já ouvi, fazem parte do meu lote de favoritas.

O retorno aos clássicos permite sempre, em determinados momentos, evitar o empobrecimento musical em que se está cair.

É certamente uma boa escolha.

(foto:www.cduniverse.com)


A crise do Sporting


Quarta-feira em Alvalade espero ver uma equipa menos desequilibrada emocionalmente e em que o treinador seja o primeiro a demonstrar serenidade, os jogadores, principalmente os mais velhos e experientes, espelhem a necessária calma nos momentos mais difíceis. Para além de tudo isto, sem tirar razão a alguns dos prejuízos na sequência de péssimas arbitragens, o futebol praticado demonstra uma profunda falta de imaginação, tão logo os adversários descubram o antídoto para o nosso losango, sendo imperativa a alternativa de um plano B (coisa que parece não existir).
Ainda sobre o nosso treinador lanço uma questão: não há dirigentes que o substituam nas questões polémicas em que envolve o clube?


(foto: www.extra-football.com)